OPAS atualiza dados do sarampo na região das Américas

Dia 21 de março, sexta passada, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) organizou um webinar para equipes médicas, de enfermagem, laboratoriais e epidemiológicas para fornecer uma atualização sobre a clínica, a vigilância e a vacinação contra o sarampo diante do aumento de casos de sarampo nas Américas.

Em 16 de março de 2024, um total de 92 casos confirmados foi relatado em sete países da região - a grande maioria nos Estados Unidos e no Canadá, mas representando um aumento de 28% em comparação com o número total de casos relatados em 2023.

Os casos notificados à Organização Mundial da Saúde (OMS) aumentaram 79% em 2023, em comparação com 2022 e 51 países em todo o mundo registraram surtos. Apesar da existência de uma vacina eficaz contra o sarampo, casos e mortes continuam ocorrendo. Em 2022, estima-se que ocorreram 136.216 mortes relacionadas ao sarampo, um aumento de 43% em relação ao ano anterior.

Nas Américas existe o risco de receber mais casos e surtos devido à baixa vacinação. Em 2024, apenas 15% dos casos registrados foram vacinados, de acordo com os dados disponíveis. Além disso, 70% das pessoas afetadas tinham menos de 10 anos de idade e 78% dos casos contraíram a doença fora de seu país (importados) ou estavam relacionados a essa importação.

A cobertura vacinal para o sarampo, deve ser de pelo menos 95% da população, a doença está entre as doenças com um grau de transmissão muito alto, em média de 20 pessoas alcançadas por pessoa infectada. Com isso a primeira dose da vacina MMR que era acima de 90%, caiu para 87% em 2019, e chegou em 2022 a 85%, bem abaixo do ideal recomendado pela OPAS de pelo menos 95% para evitar surtos.

Os profissionais de saúde precisam estar familiarizados com o sarampo para que eles possam reconhecê-lo, notificá-lo e tratá-lo em tempo hábil, o vírus é altamente contagioso. Ele é transmitido por gotículas respiratórias quando alguém infectado fala, tosse ou espirra, e pode permanecer ativo no ar por até 2 horas, espalhando-se em um raio de 2 a 4 metros.

Em janeiro passado, a OPAS emitiu um alerta pedindo aos países das Américas que renovassem a vigilância e aumentassem os esforços de vacinação, devido ao aumento dos casos de sarampo em todo o mundo.

O Brasil já foi certificado pela OPAS como país livre do sarampo, na região das Américas, perdemos este título, voltamos a receber a certificação, mas pode ser que novamente perca este certificado, se as coberturas vacinais não voltem a um patamar mais alto, a vigilância seja mais efetiva e o diagnóstico mais rápido e preciso.

Já estão pipocando casos no país e isto pode ser um aviso de que podemos ter nesta sazonalidade das doenças por transmissão respiratória, problemas com uma doença que tem vacina e é bem conhecida. Esperamos que o Mato Grosso do Sul não entre neste mapa que está sendo construindo nas Américas.